terça-feira, 30 de junho de 2015

O fazedor de velhos - Rodrigo Lacerda - Editora Cosac Naify




Esse exemplar eu peguei emprestado da Biblioteca Municipal. Sorte a minha, leiam o porquê!



Essa resenha eu começarei pelo enredo só porque eu estou afim:


Enredo:



Pedro narra a sua vida literária desde a infância, quando era obrigado a ouvir sua mãe recitar versos e seu pai contar-lhe histórias de Shakespeare. Ao longo dessa sua formação ele vai descobrindo um gosto por livros e autores que não conhecia. Acaba por se tornar um jovem estudante de história, mas se vê em conflito com sua escolha.

Meu xará conhece então um velho professor, Nabuco, um homem firme de opinião formada que lhe apresenta algumas tarefas para que ele possa descobrir-se e entender melhor o quê deveria fazer de sua vida. Um típico impasse existencial. Pedro resolve ser guiado pelo professor e acaba afeiçoando-se ao velho.

Mayumi é uma jovem oriental, afilhada do Nabuco, por quem Pedro se apaixona. Os dois são bem diferentes, Mayumi estuda medicina na França, Pedro estuda história no Brasil, ela é extremamente racional e ele totalmente emocional, mas ambos estão ligados por uma pessoa muito querida. O amor entre os dois pode realmente esperar até que os dois estejam formados e satisfeitos com suas próprias vidas?



A parte que interessa:




Vou começar elogiando o livro e o autor, mas não vou ficar só nisso, claro. Tenho muito o que dizer sobre essa leitura, mas não vou estendê-la demais (eu acho).

Primeiro de tudo, o livro chegou em minhas mãos por indicação de um novo amigo que trabalha na Biblioteca Municipal. Uma sugestão. Um romance que teria o objetivo de dar-me ideias literárias acerca de tornar-me um escritor. É um romance juvenil e ganhou o prêmio jabuti e, sim, eu gostei bastante do livro, mais do que achava que gostaria. Ponto.

Não há como negar que o autor sabe escrever e muito bem. A história te prende o tempo todo e ele consegue em muito poucas páginas (136 páginas) elaborar muito bem seus personagens (a ponto de nos fazer gostar e odiar alguns deles). É uma história curta mas de sentimento profundo. É um livro realmente muito bom... mas nem tanto.



Coisinha chata:




Uma coisa que me frustra muito é o uso indiscriminado de citações, versos, frases inteiras de autores e livros famosos. Tudo bem que nesse enredo isso caiu como uma luva, mas a ponto de ganhar prêmios de literatura? Sim, porque eu tenho percebido que os prêmios são dados àqueles que fazem um uso constante de intertextualidade. Não é uma reclamação em si, é mais uma constatação. Parece que os autores reconhecidos são sempre aqueles que fazem menções a outros grandes autores. Chatice da po#$@!!

Vejam bem, eu gostei da história aqui contada, gostei dos personagens e a leitura é muito agradável, eu recomendo que leiam também. Só estou aproveitando o ensejo para inserir minha opinião (que como já disse milhões de vezes, não vale nada). 



Pagamos caro por leitura:




Outra coisa frustrante é o preço do livro. Minha leitura veio da biblioteca ("de grátis"), mas ao procurar informações para essa resenha eu me deparei com R$39,90 (na loja da própria editora)! Que isso? Estão loucos??? O livro é lindo, mas quarenta pratas por um livro de menos de 150 páginas? E mais, a versão digital custa R$25,00 (no mesmo lugar)! Sério isso????? Esse preço é pra pagar o consumo de dados do seu G3 para enviar o livro pro meu email??? Eu sou trouxa???? Onde esse mundo vai parar?

Mais uma informação, o livro tem apoio de várias leis de incentivo à cultura, então por que esse preço????? Tem muita treta rolando por aí. Fiquem atentos!



Risco e rabisco é arte?




E eu não podia deixar de falar da "linda" arte da capa e do interior do livro. Sim, estou sendo irônico! Que porra é essa??? Adrianne Gallinari, eis o nome da "artista". Agora vou usar linguajar das ruas para ser mais claro: "Na tora, véi, que merda é essa? Minha priminha de dois anos desenha assim!"

Olhem só:



Isso é um desenho de arte??? Jura??? Então, por favor, anotem aí: estou vendendo meus cadernos do pré-primário por 200 mil cada, alguém dá mais???







 Eu quero saber uma coisa, essa mulher é parente do autor ou do dono da editora, né???? Tem certeza que não??????????????????







Não perdendo o foco:




Para não parecer que essa resenha é um crítica pura, eu vou falar um mínimo do autor para completá-la...



O autor Rodrigo Lacerda! Bela estante! (a estátua não!)
E não é que o garotão aqui é neto do famoso Carlos Lacerda?!?!?! Não conhece? Você precisa estudar mais história do Brasil (vou te ajudar, vá direto para era Getúlio Vargas, fica a dica). 

O autor nasceu no Rio de Janeiro em 1969. Formou-se em história (diria que uma escolha lógica) na USP, com direito a mestrado e doutorado. 

Traduziu muitas obras, trabalhou na editora Nova Fronteira e seu primeiro livro foi lançado em 1995 entre outras coisas bacanas (quer saber mais?, jogue no Google)

Não tomem o meu protesto como algo negativo. O que eu não queria deixar de dizer é que a escrita do Rodrigo é de fato muito boa, cativante, ágil e de muito bom gosto. Eu fiquei admirado com a prosa do autor e provavelmente lerei seus outros livros, muitos deles premiados repetidas vezes!





2 comentários:

  1. Bacana. Valeu pela menção. Senti vontade de reler o livro. Abraço!

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    1. Valeu Samuel, mas obrigado vc pela indicação! Gostei muito. Abração

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