terça-feira, 19 de maio de 2015

Liberdade - Osho - Editora Cultrix




Esse é o exemplar emprestado que eu tinha em mãos.
  Conversa vai, conversa vem e esse livro me foi recomendado, e não foi por qualquer um, mas sim por um grande amigo de longa data e, se ele recomendou, eu tinha de ler. Assim sendo, eis a minha resenha sobre esse compêndio espiritual que fala sobre liberdade!

   Antes de mais nada, queria, de antemão, lembrar que eu não sou um cara nada religioso, mas acabei surpreendido pelo livro, pois, ao contrário do que eu pensava, Osho não exalta nenhuma religião. (Mas seus seguidores o fazem. Vale sempre lembrar que, por mais espiritualizado e livre que seja o mestre, seus discípulos sempre irão entender de uma outra forma e talvez divulgar um outro conhecimento.)

Outra coisa que me deixou um pouco chateado (para não dizer revoltado) foi a imensa propaganda que existe em cima dos ensinamentos desse homem (já falecido). É todo um mercado de marketing e exploração para arrecadar fundos para uma "instituição" que está fazendo exatamente tudo ao contrário do que está escrito nesse livro. Partindo desse ponto e anulando a minha descrença e inteligência, devo dizer que esse é um bom livro que vale a pena ser lido, não pelo que andam fazendo seus discípulos, mas pela obra em si.

Depois de ter falado mal de seus "asseclas" e toda falta de coerência que eu acabei descobrindo em minhas pesquisas para escrever essa resenha, vamos ao conteúdo em si que, na minha opinião, é o que salva o "autor" (já explico as aspas).

Desculpem-me pela demora em ir logo falando do livro, mas não posso simplesmente abster o meu senso crítico acerca das coisa que o envolvem. Dizendo isso, ainda vale mais uma ressalva: Osho nunca escreveu nada (eis a explicação das aspas), todos seus livros são transcrições de suas palestras e entrevistas, organizados por seus seguidores. Não sei você, mas isso já me deixa com mais um pé atrás.


Pontos positivos:


Tudo bem, vamos falar de liberdade, e é sobre isso que esse livro fala. Somente um homem muito espiritualizado para ter esse tipo de pensamento, foi o que me chamou a atenção logo que iniciei minha leitura.

Osho fala sobre três tipos de liberdade: A liberdade de, A liberdade para e A liberdade espiritual.

De acordo com o "autor" (lembre-se que ele não o escreveu), a Liberdade De, refere-se à liberdade do indivíduo da sociedade, da religião, dos dogmas e preceitos, do governo opressor, de suas pré-programações e até mesmo de sua família. São muitos os tipos de "escravidão" envolvidos e Osho dá exemplo de muitos. Concordei com muitos e discordei de alguns e, mesmo dos que eu discordei, vale uma profunda reflexão, pois esse guru não está de todo errado.

A Liberdade para é um destino para a primeira liberdade. Osho afirma (e eu concordo com ele nesse quesito) que não adianta se libertar de algo e não ter um objetivo. Pra que serve a liberdade se não sabemos o que fazer com ela? Mais uma vez temos muitos exemplos acerca do assunto, onde são abordados até casos de escravidão literal. Osho fala sobre indivíduos disseminando morte e escravidão a seus inimigos após conseguirem a tão sonhada liberdade, simplesmente por não saberem lidar com o que conseguiram.

Nessa parte, Osho explica que a Liberdade para é feita por uma mente criativa, aqui ele encaixa todos os artistas que criam suas obras. De acordo com o "autor", somente uma mente criativa poderia dar direção para uma nação em liberdade.

E finalmente chegamos à liberdade espiritual que trata diretamente do indivíduo, da liberdade de sua mente. Não importa o governo, criação ou religião, uma mente livre de dogmas é capaz de ser livre mesmo que tenha o corpo trancafiado numa prisão. Trata-se da liberdade mais importante explicada no livro. Meditação é o caminho para treinar a mente de cada indivíduo para ser livre.

Osho utiliza-se de parábolas antigas de várias culturas para explicar minuciosamente o seu conhecimento, cita diversos autores e pensadores e faz diversas analogias para esclarecer seus pensamentos. Tudo é muito bem explicado e seu ponto de vista fica nítido.



Pontos negativos:



Julguei-o um pouco marxista logo de cara, mas depois percebi que não era bem assim, embora essa seja uma comparação muito válida, já que muitas de suas ideias têm essa origem.

Osho se torna repetitivo lá pela metade do livro em diante, pois essa obra é um apanhado de diversas palestras pelo mundo. A explicação de um determinado assunto é exposta de dezenas de formas diferentes. Chega a ser um pouco enfadonho em determinadas partes.

As ideias de Osho podem se tornar grandes embaraços sociais se forem levadas ao pé da letra, mas isso vai do entendimento de cada um. (Tenho certeza que minha amada não concordaria com o que ele diz sobre o casamento! rs)


Conclusões:


Tive a grata oportunidade de ler pela primeira vez os ensinamentos desse mestre contemporâneo, mesmo sabendo de sua existência há anos. Não arrependo-me de tê-lo lido antes por acreditar que não estaria preparado para tais ensinamentos. A obra em si é de fácil leitura e assimilação, mas é mais uma daquelas obras que podem ser erroneamente interpretadas por mentes mais desqualificadas. Veja bem, a leitura é fácil, mas a filosofia contida nesse livro é algo para ser refletida por toda vida.

Eu recomendo esse livro para todos sem exceção, mas recomendo também cautela e reflexão. Eu particularmente gostei muito do que aprendi e li aqui e pretendo ler diversos títulos desse "autor". Tenho medo do que seus ensinamentos geraram pelo mundo, mas acredito que, esteja ele onde estiver, estaria satisfeito com sua influência sobre a humanidade e, talvez, só talvez, apavorado com as sementes que plantou! Ótima leitura.


Sobre o "autor":


Rajneesh Chandra Mohan Jain, o Osho
Osho nasceu na Índia, em 1931 e faleceu no mesmo país aos 58 anos, em 1990. Esse "sujeito" de barbas longas (de dar inveja!) foi uma figura controversa e até mesmo temida em diversos países, por conta dos seus ensinamentos revolucionários. Foi formado em filosofia e atuou como professor universitário antes de rasgar seus diplomas e sair pelo mundo pregando seus pensamentos.

Alguns o consideram um ser divino de ensinamento transcendental, mas seja como for, Osho viveu e disseminou sua compreensão acerca do mundo por onde passou. Ele nunca escreveu um livro, mas de suas palestras e entrevistas foram publicados mais de 650 títulos.

Osho pregava a liberdade sexual, o rompimento da sociedade e do governo (pois considerava o mundo uma só nação), o rompimento do indivíduo com a religião e principalmente a liberdade espiritual. 

Vele uma frase importante aqui: "Toda ação é uma limitação!", palavras desse sábio guru. Reflita!





2 comentários:

  1. Faz pensar muito no que fazemos com a liberdade para, e na ilusão que tem sido a liberdade de...

    Excelente resenha, relerei em breve !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelo elogio, mas que tem de agradecer sou eu pelo empréstimo do livro! Valeu!!!

      Excluir