domingo, 3 de maio de 2015

Espólios que nunca se vão



Feriadão e eu e a patroa ralando como condenados, limpando tudo que sobrou de poeira (aquela que nunca acaba) da construção. Aí alguém me pergunta: "E agora acabou, né?!", e eu respondo: "Never!!!"

Quanto mais limpamos mais assombração aparece, ops, quis dizer, quanto mais limpamos mais poeira ainda resta. Sim, meus caros, a poeira deve ter sido a primeira dos imortais (pena não possuir uma cabeça para ser cortada) sem sombra de dúvidas. Você, em toda vida, já conseguiu retirar uma sacolinha inteiramente cheia de poeira? Aqui parece ser uma constante. Mas não perderei as esperanças, ela está quase se tornando obsoleta. Dentro em breve só sobrará o que lhe é comum, ocupar o seu venusto espaço entre o objeto e o ar.

Não quero me delongar demais nesse assunto, tenho medo de ser acusado de fazer apologia ao pó (vale o trocadilho). 

O intuito desse texto era só divagar mais um pouquinho sobre a leveza e sutileza dessa partícula que se acomoda nefastamente, que se apropria do ambiente, que singra pelos sete ventos, que translada daqui para acolá, sem ressentimentos, com melindres, apenas agindo sobre nossas vidas, como uma manta que cobre seu mundo de tênue translucidez, quase imperceptível, mas que está logo aqui, por todos os lados, bem perto de todos nós.




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