segunda-feira, 13 de abril de 2015

Pau para toda obra



Então as paredes estavam caindo, o telhado cheio de furos, o reboco todo solto, o chão quebradiço, mofo, umidade, cupins, sujeira, bagunça, trincados, goteiras e, muita, mas muita poeira!

Foi assim que tudo começou aqui em casa, poeira! Depois daquelas fortes chuvas de umas duas semanas atrás as paredes estufaram e, em seguida, caíram. E quase em cima da minha cabeça. Sim, é um fato. O muro do estabelecimento ao lado faz divisa com minha casa e, num belo dia pós chuva, veio abaixo bem quando eu limpava lá fora. Caiu a uns três passos de mim (levantando aquela nuvem de pó), o suficiente para alarmar-me. Chamei o dono da casa e ele constatou que realmente algo deveria ser feito. Aproveitei-me do ensejo e mostrei todos os outros defeitos. Adivinhem o que aconteceu?

Bom, deixem-me esclarecer alguns pontos; eu moro num bom bairro e com tudo muito perto daqui de casa, apenas uns dez minutos de ônibus até o centro. O problema reside na residência (com o forçar do pleonasmo). A casa, mais conhecida como barracão, que é uma casa no fundo de um comércio, estava nas últimas. Todos aqueles problemas citados no primeiro parágrafo fazem parte desse lar. O quê eu consegui?

Com muito custo e a boa vontade do empreiteiro da obra em convencer o locador, os donos do imóvel decidiram refazer uma boa parte da área externa da casa. Sim! Estou há duas semanas em obras e a casa está um caos. Não! Não estou reclamando, estou é feliz para c@-$%- #&o! Tudo, menos continuar como estava. Mas tenho algumas ressalvas, pois o interior da casa, que está péssimo, não será mexido. A não ser é claro que eu desembolse a grana para fazê-lo, coisa que não acho justo, pois eu não combinei nada com os cupins e o mofo para destruírem a casa que, eu tinha certeza, estava ótima quando aluguei.

E o que já aconteceu até então? Tudo foi revirado. Meus cães estão quase sem espaço, pois passam o dia presos para os trabalhadores poderem circular livremente. A poeira, que iniciou toda a história, está presente todos os dias. Tudo entulhado, bagunçado, destruído e reconstruído. Ou seja, tudo na mais perfeita ordem caótica. 

Hoje, até começaram a mexer no telhado da casa. Para consertar as goteiras? - alguém pode me perguntar. Não! Para tirar tudo de cima da casa porque o telhado estava condenado, com toda sua estrutura roída de cupins. Achei ruim? Não, não mesmo! Prefiro toda essa desordem do que ter que continuar vivendo (e pagando caro pra caramba) num território inóspito e insosso. Inclusive, tive uma boa participação, subi no telhado e juntei telha e desci telha e fiquei coberto da mais bela e fina camada de pó.

E não pense vocês que o trabalho termina todos os dias quando todos vão embora, pois é nessa hora que eu começo a lavar tudo e retirar tudo que for perigoso para poder soltar meus amados bichos. Aí eu lavo, limpo, cuido e só termino por essas horas. E na manhã seguinte, bem cedinho, acordo (cheio de olheiras) para limpar toda a bagunça dos meus filhotões, para deixar tudo limpinho para a poeira se assentar. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário