segunda-feira, 6 de abril de 2015

Mago - Aprendiz - Raymond E. Feist - Editora Saída de Emergência


Meu exemplar de Mago


Antes de mais nada, queria deixar claro que o quê me fez adquirir este exemplar foi a sua bela capa - além de uma matéria que li numa revista especializada em lançamentos de livros. Não estava muito confiante quando o comprei, fiquei muito desconfiado durante a sua leitura, mas, por fim, o livro me agradou. Mas vamos a todos os pormenores. 

Logo nas primeiras páginas já temos uma explicação sobre essa nova editora, que é originária de Portugal, e que aqui, nas terras tupiniquins, está comprometida em publicar somente livros de fantasia e ficção. Logo em seguida vem uma breve explicação do editor responsável sobre o relançamento desta obra (lançamento aqui no Brasil) com texto original e integral - quando o livro foi impresso pela primeira vez, em 1982, os editores deram uma enxugada no enredo. O editor convence, quando diz que foi uma das melhores leituras e releituras de fantasia da sua vida. (Acreditei nele!)

Vamos ao contexto histórico, antes de mais nada, e que justifica muita coisa. Reymond (nascido nos USA, em 1945), ao que pesquisei, era um ávido jogador de RPG (Role Playing Game) tal como Dungeons & Dragons - para quem sabe do que estou falando, provavelmente você também já jogou; se não sabe, dê uma pesquisada, isso foi uma febre na minha época de garoto. Ele criou e jogou, junto com seus amigos, o mundo de Midkemia. Jogavam todas as semanas. Dessas sessões periódicas surgiu todo o universo de Mago, sua primeira grande obra. 

Imagem do autor.

Bom, algumas considerações importantes. Quando comecei a ler o livro, há mais ou menos uns oito meses, eu parei lá pela página 150, motivo: perdi a paciência com a história. (Calma, vou explicar) Na semana passada, quando retomei a leitura (voltei desde a primeira página para ter certeza de que não estava sendo injusto), percebi que não tinha sido exagero meu. Minha leitura predileta é fantasia e ficção, já li muito livros do gênero e, este exemplar, quase ganhou o título de pior livro do século. (Calma, não terminei) O começo da história é bem desconexo e desimportante, a narrativa é muito infantil, quase beirando a tolice. Acontecem eventos que você fica se perguntando: "COMO?", tamanha é a futilidade dos diálogos e do enredo em si. Há inúmeras falhas de tradução - não que eu tenha lido o original, mas perceptivelmente visível pela falta de estrutura nas sentenças, coisas escabrosas, frases que nem uma criança analfabeta construiria. O personagem principal alcança uma fama inesperada, que lhe concedem benefícios inexplicados. Existem conspirações desmedidas e fúteis, falta de aprendizado de magia (como sugere o título), diálogos enfadonhos, cenas desnecessárias, coisas que fogem até à racionalidade, como a banalização da amizade eterna - criada imediatamente - e o amor descabido. A trama do primeiro terço do livro é, na minha opinião, a pior coisa que já li na vida. Mas...

Como eu fui um bravo leitor, persistente e não me deixei abater, consegui passar do primeiro terço e fui agraciado com os dois terços restantes do livro. (Graças aos deuses) A história melhora bastante a partir da página 164, salvo algumas claras alusões à Tolkien. Mas eu acho que consegui entender a proposta de Feist, toda a história é uma grande aventura de RPG que promete melhorar (e muito) nos próximos livros (são quatro volumes no total). Assim eu espero, porque, por mais que eu tenha gostado do restante do livro, ainda assim, não o considero uma boa leitura. Se você é aficionado em fantasia, assim como eu, recomendo a leitura para que você possa tirar suas próprias conclusões; entretanto, se você curte só um pouquinho fantasia, recomendarei outras muito melhores. (Desculpem a sinceridade) Li muitos comentários acerca do livro - para ter certeza de que eu não estava sendo um carrasco - e o que eu vi foi uma legião de fãs enaltecendo o autor como uma grande sumidade da fantasia. Não nego o fato do autor ter criado muitas coisas boas (ao que parece, mas que ainda não li para ter certeza), mas, essa obra em si, deixa muito a desejar. Não o comparo a nenhum outro autor do gênero (como seus fãs têm feito), pois, se fizesse isso, não teria nenhuma palavra boa para defendê-lo. Pretendo ler mais de sua obra e assim o farei, mas não posso afirmar que este é um grande autor, não com a leitura desse único exemplar.

Enredo:

Pug é um jovem órfão que acaba sendo escolhido pelo mago da corte como seu aprendiz. Seu melhor amigo, Tomas, se torna um bravo soldado. A princípio, Pug enfrenta muitas dificuldades no seu aprendizado e, por duas vezes, consegue usar seus poderes de forma inesperada. A história dá uma reviravolta quando misteriosamente surge um navio que traz más notícias, uma horda de inimigos de outro mundo está prestes a iniciar uma grande guerra. O Duque da cidade, desejando constituir um exército forte para conter as força inimigas, sai com seus súditos numa longa viagem - levando Pug e Tomas - em busca de aliados. As aventuras e desventuras começam aqui para Pug, Tomas e muitos outros personagens qua acabam se tornando também importantes.


Considerações finais:

Fui enganado pela capa, eu diria, mas, não!, fui enganado pelo meu desejo de ler mais aventuras de "capa e espada". Desculpem-me pelo enredo enxuto, mas não tem como fazer um enredo de um livro que peca pela falta de consistência e trama.


O mapa que vem junto com o livro, muito bacana!

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