sexta-feira, 24 de abril de 2015

Amizade é construída



Sim, sim. Acabou. O pessoal foi embora. A obra terminou. Depois de alguns dias lutando por um lugar ao sol (essa frase seria mais bonita com "chuva") a bonança finalmente veio. O dia começou claro e lúcido. A casa toda iluminada, toda arejada, bem menos barulhenta. Só falta daqui sair o pó (partícula insistente que custa a ir embora. Pode-se varrer por semanas a fio e, mesmo assim, essa película impertinente continuará passeando pela casa).

O que me alegra mais é saber que, ao menos, o lado de fora da casa está bonito! Sim, somente o lado de fora, mas por dentro eu dou um jeito, pois nesses dias de trabalho muita coisa aprendi (eu ralei junto, mesmo que não tanto quanto os contratados). Um tipo de telecurso para construção: "- Ei, Zé! É para fazer a massa? Quanto eu misturo de cimento na areia?" - ao menos era assim nas madrugadas em claro assistindo TV. 

Acredito em mim, acho que dou conta de realizar algumas modificações internas. Mas não por agora. Agora eu vou tirar férias da construção e voltar aos meus afazeres regulares. Tocar todos os dias, escrever todos os dias, ler todos os dias, estudar e pesquisar todos os dias e dormir até mais tarde todos os dias (e tudo isso com uma caixa d'água cheiinha para dar descarga o quanto eu quiser).

Mas existe uma ressalva; embora tudo fosse muito incômodo, chato, irritante, estressante e até insuportável, umas coisas farão falta. Ouvir aquele sotaque nordestino e simples que cativa e agrega simpatia. Ouvir aquelas músicas evangélicas (que eu detesto), mas bem cantadas. Conversar sobre empreendimentos virtuais. E até gravar "uns rock" num pendrive. Não sei da parte deles, mas da minha criou-se uma amizade. E, vez ou outra, vou ter que chamar o pessoal para um bate papo, nem que para isso eu precise derrubar uma parede, um telhado, ou até mesmo a maldita caixa d'água!

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